A teoria do O-ring foi desenvolvida em um artigo de Michael Kremer de 1993. Basicamente, o ponto é que os links mais fracos de um processo produtivo podem ser muito importantes no desempenho de uma economia (um resumo até razoável está aqui e o item 4 do resumo da teoria repete o que acabo de dizer).
O interessante, no caso do futebol (é, estou com o Anderson & Sally (2013) que cito nos posts imediatamente anteriores a este), é que isto se traduz em um ponto que vale a pena enfatizar: cuidado com os jogadores mais fracos do time.
“(…) because soccer is an O-ring process, good players do cluster together. But he [Pérez] had missed the ultimate conclusion of this idea: that the weak links are the crucial determinant in a team or a company’s success, not the strong ones”. [Anderson, C. & Sally, D. (2013) The Numbers Game, Penguin Books, 2013, p.217]
Ok, as evidência dos autores são simples (lembre-se: é um livro de divulgação), mas há um bocado de bibliografia e trabalho com dados escondidos nos rodapés e em parágrafos aparentemente inocentes (não estamos falando de Michael Kremer aqui?). Traduzindo em números mais compreensíveis, após alguma econometria com dados europeus, os autores nos dizem que:
“That means that if you increase the quality of your best player from 82 percent to 92 percent, by signing a new striker, say, then over the course of a thirty-eight-game season, you will find your goal difference improving by just over ten. The results are just as demonstrable for points per game: the same upgrade on your star player would mean five more points a season. [Anderson, C. & Sally, D. (2013) The Numbers Game, Penguin Books, 2013, p.218-9]
Um resultado interessante diz respeito à diferença de efeitos na margem. O trecho acima fala de melhorar seu melhor jogador. Contudo, o que se observa quando se melhora o seu pior jogador?
Improving your weak link from 38 percent to 48 percent is worth thirteen goals a season, or nine points in the league table.
That means that upgrading its weak link can help a club ‘more’ than improving its best player. [Anderson, C. & Sally, D. (2013) The Numbers Game, Penguin Books, 2013, p.220]
Interessante, não?
falta o efeito boleiro. Teu camisa 10, não vai gostar dessa ideia.