Os liberais (libertários) são minoria. Então, claro, é um prazer quando alguém te procura para debater temas de políticas públicas libertárias (como as que estão no livro de Miron). Mas o principal, quando você discute idéias, é que, em um ambiente intelectualmente estimulante, há discordância.
Assusta-me, muitas vezes, o excesso de concordância com alguns tópicos notoriamente polêmicos. Ou há uns 2000% a mais de libertários do que imaginava minha vã inteligência, ou as pessoas estão confundindo razão com emoção. Por que? Porque é mais cômodo e/ou mais agradável concordar com o professor do que discordar dele.
Sim, isso vale para todos os estudantes (eu, você, eles, elas, etc) do liberalismo ou de qualquer outro tema científico/filosófico.
No Brasil, claro, a grande maioria confunde pessoal com profissional (falei disto aqui outro dia). Então, críticas profissionais são erroneamente tomadas como críticas pessoais e vice-versa. Grande parte da responsabilidade disto é dos pais e dos professores, que parecem não querer entender o mínimo necessário para o desenvolvimento econômico (sócio-econômico, sustentável ou qualquer outro nome idiota que você quiser colar ao termo correto: “desenvolvimento econômico”). Para que uma sociedade seja politicamente saudável, cada um de seus membros devem entender a diferença entre “normativo” e “positivo”. Isto não é apenas uma questão “de economistas”, mas da ciência.
A luta do brasileiro contra a lógica e o pensamento consequentemente mais organizado e científico é sentida, todos os dias, nas escolas e, pior, prolongada pela época da faculdade em alguns casos. O que fazer?
Simples: aprender a discutir, separar o pessoal do profissional (e, se possível, separar o pessoal do público também, para evitar a criação de monstros mimados que se aventuram pela horrível prática de roubar dos outros como se isso fosse algo natural) e ser cético. Sempre cético. Ok que, de vez em quando, você se pegue fazendo tudo errado. Mas tem que ser “de vez em quando” (exceção), não sempre (a regra).
UPDATE: Isto vale para liberais, não-liberais e outros bichos.