Para quem não acredita em escolha racional, eis um contra-exemplo que me foi citado pelo amigo Reginaldo hoje. No artigo abaixo citado, como os fumantes reagem a um aumento de preços nos cigarros? Consumindo menos cigarros, mas aumentando o consumo de nicotina. Não sei se era este o artigo que ele me explicava (talvez seja este), mas a história era de que o monitoramento da amostra mostrou que os fumantes tragavam mais fortemente o cigarro mais caro porque, na verdade, o que importa para eles não é o número de cigarros, e sim a nicotina em seu sangue.
Simples, mas esclarecedor. Quantas vezes já ouvi colegas do Direito dizerem que o problema era apenas o de aumentar a carga tributária sobre os cigarros? Talvez pelo fato de alguns dos colegas não entenderem todas as implicações da economia, tenhamos políticas públicas que, efetivamente, não afetam tanto assim os fumantes.
Alguém mais maldoso dirá que os colegas citados têm racionalidade limitada, mas eu penso que é apenas questão de pouco estudo em economia. Como sempre diz o Ivo Gico: o pessoal do Direito tem que estudar Economia. Eis aí uma evidência de que ele está correto. Mas complemento: estudar Economia não é apenas ler um manual de microeconomia de graduação. Tem-se de ir além.
Vai um cigarrinho aí, seu juiz?