Discretamente, sem citar o nome, vou dizer o seguinte. Por duas vezes trabalhei com ela no setor público. A pessoa é de uma competência só. Exceção no mar de lama do corpo-mole que é o Estado brasileiro. Posição política diametralmente oposta à minha, nunca se deixou levar por ideologias e deve ter sido a primeira pessoa a saber de minha admiração pelos filmes de John Woo na fase Hong Kong.
Agora se aposenta, contam-me alguns ex-alunos (que são alguns dos meus atuais amigos mais inteligentes).
Aposentada, penso, deixará um imenso fosso onde trabalhou. Não a vejo há algum tempo, mas aposto que todos a encontrarão nestas salas de cinema com os terríveis “filmes de arte” de BH. Minha fase “culta” de cinema não existe mais – exceto por um ou outro Ozu e Kurosawa – mas minha amiga certamente estará lá, marcando presença naqueles filmes franceses que ela diz serem geniais e eu abomino.
O bom da história é que vai descansar um bocado. Agora, pode apostar, a repartição na qual trabalha vai ter muto trabalho porque minha amiga era muito, mas muito acima da média…