O governo Lula se iniciou com o ministro Palocci alardeando que o governo brasileiro gastava muito e gastava mal. Isto é verdade, mas ao longo do governo Lula a qualidade da política fiscal somente piorou. O Brasil tem uma política fiscal pró-cíclica, e o crescimento acelerado dos gastos públicos vem merecendo os aplausos do presidente da República, que em recente entrevista afirmou que “a época do arrocho acabou”. Um cínico diria que isto não tem importância, porque os superávits primários vêm produzindo a queda da relação dívida/PIB, mas quem vem suportando o maior peso dessa queda são os Estados e municípios, e não o governo federal, cuja dívida líquida vem crescendo em relação ao PIB, mostrando que seus superávits primários deveriam ser maiores, e não menores. A outra razão para esse comportamento foi apontada por Claudio Haddad (Valor 19/11/2007), quando analisou o comportamento do déficit público “acima e abaixo da linha”: o governo central vem dando implicitamente subsídios nos repasses do FAT ao BNDES e elevando os custos da dívida com a esterilização da acumulação de reservas.
Leia tudo.