O Márcio Laurini tem algo útil para você, leitor que está em um curso de graduação e está exatamente com esta dúvida. Vejamos um trecho do que ele diz:
Uma pergunta comum de alunos de fim de graduação é se eles devem sair da graduação direto para um mestrado ou trabalhar um pouco e depois fazer o mestrado. Creio que a resposta disso é bem mais difícil do que parece.
O caso mais simples é quando o aluno que seguir a carreira acadêmica – mestrado e depois doutorado. Em geral neste caso quase sempre a melhor escolha é emendar direto o mestrado/doutorado. Os custos de oportunidade são bem menores e o pique é bem maior. Não creio que haja muita polêmica quanto a isso.
Mas se a área de atuação for finanças e o mestrado for um mestrado acadêmico no Brasil talvez a melhor escolha seja trabalhar um tempo no mercado financeiro e depois iniciar o mestrado. O grande problema é que de forma geral os mestrados em economiano Brasil tem poucas matérias de finanças, e neste caso o aluno vai estar quase sempre por sua conta para aprender finanças.
Bom, você pode ler o resto aqui.
Contudo, eu tenho uma pergunta. Se este país é tão “neoliberal” ou cheio de “invidualistas direitosos” assim, o mais esperado seria que observássemos uma centena de mestrados acadêmicos com ênfase em Finanças – e com uma tradição de anos e anos de formação de profissionais para o mercado financeiro. Você poderia se perguntar sobre o porquê de não termos uma grande faculdade privada, desde a época do Império, lucrando com isto.
Sobre a história do ensino superior no Brasil eu não sei muito. Certa vez, eu arranhei algumas pistas sobre o caso específico dos cursos de graduação em Economia, graças a uma dica de leitura do Gustavo Franco. Outra pista está em minhas lembranças do que li na versão romanceada da vida do Barão/Visconde de Mauá, aquela do Jorge Caldeira. Junto as duas partes e percebo, pelo menos, o quanto a obesidade estatal – atualmente em moda no Brasil – pode ter influenciado para esta tibieza dos mestrados em Finanças que observamos hoje.
Talvez o pessoal de História Econômica que gosta deste papo de path dependence (provoquei o co-blogueiro Fábio Pesavento…pela chamada e pelo link) tenha algo a dizer a respeito.
Independente da minha pergunta, sim, eu acho que você deve considerar o que diz o Márcio. Acho que por uma falha de governo, deu-se muita ênfase em mestrados acadêmicos para formar economistas governamentais. Até que isto seja corrigido, a solução second best é a que ele aponta: ter alguma experiência ou tentar um mestrado profissional.
Se o mercado conseguirá fazer isto sob a tutela de um MEC com a visão ideológica atual é outro problema. Aliás, sobre este outro problema já discutimos aqui, em um diálogo com o Adolfo Sachsida, lembra? Não? Então veja isto, isto, isto e, finalmente, o início de tudo.