Sem mais delongas…
Categoria: Desenvolvimento econômico
Nossa substituição de importações foi tão boa que deveria…não, espera…
A despeito dos entusiastas (muitas vezes amigos de palestrante$?) apologetas do industrializamais, o fato é que os dados, analisados com bons métodos científicos, nem sempre confessam o que eles gostariam. Mais um artigo para a pilha.
Charter city, de fato? O caso de Honduras.
Recém-inaugurado o site da cidade modelada para ter instituições distintas do resto do país no que diz respeito à regulação. Seu nome: Próspera ZEDE.
Douglas Irwin, senhoras e senhores.
Inovações urbanas, África e a pandemia
Economistas e a pandemia: Tirole e Acemoglu
Charter Cities no Brasil?
Charter Cities: atualização
Infelizmente, a professora Juan Du não poderá estar conosco na discussão (farei comentários sobre seu sensacional livro posteriormente, com mais detalhamento e calma).
Assim, o novo flyer do eventos é o que se segue.

Venha conversar conosco sobre Shenzen, Hong Kong, Dubai e outros experimentos!
O convite está aqui. A imagem a seguir reproduz o convite, mas, para se inscrever, use o link, ok?
O capital humano brasileiro é coisa nossa…
Veja a imagem abaixo. Nela você vê dois kits de higiene bucal. O da esquerda eu comprei em Belo Horizonte. O outro, no aeroporto Charles de Gaulle. Percebe-se que o kit é o mesmo, mas alguém escolheu mudar o formato da escova de dente portátil.
Pois bem, adivinhe qual das escovas nunca firma após o encaixe para uso. Sim, a nacional. Terrível, mas não é uma surpresa.

Eis um bom economista para se acompanhar
Experiência e Instituições
The Impact of Experience on How We Perceive the Rule of Law
Benito Arruñada
Pompeu Fabra University and BGSE, Barcelona (Spain)
Abstract
Experience is a major source of knowledge. Could institutions be improved by eliciting the additional knowledge held by experienced individuals? I show here that in several areas of the law experienced individuals are more critical of institutional quality than inexperienced individuals. Moreover, performance indexes built with experienced subsamples substantially alter country rankings. Assuming no unmeasured confounders, more knowledge arguably leads experienced individuals to revise the more benign view held by the general population, composed mostly of inexperienced individuals. Moreover, experience is a stronger driver than alternative sources of knowledge, including education, which might therefore be reinforcing milder and, arguably, incorrect assessments of institutional quality. After observing how this “experience effect” varies systematically across countries, I conclude by proposing that evaluations of institutional quality pay greater attention to experienced individuals and cautioning against basing inferences on assessments made by the general population.
Promissor, não?
Combate ao crime no Brasil: novos parâmetros?
Políticas públicas devem ser baseadas em evidências. Quando se fala em deixar psicopatas nas ruas ou não, imagino, este embasamento científico deve ser mais sério. Ou não?
O novo Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária parece trilhar por um caminho mais difícil, sem tantos holofotes e aplausos de midiáticos, mas mais comprometido com as evidências empíricas.
Trechos:
Por outro lado, há diretrizes calcadas em elementos que não encontram respaldo na íntegra do Plano ou em outras não reveladas bases de dados. Políticas que merecem estudo sério e empírico, como a justiça restaurativa e a mediação penal, não podem servir de desculpa para justificar simplificações ou “combate à cultura do encarceramento” (…)
A abordagem do tema passa, de modo inevitável, pela consideração do sempre atual
modelo proposto em 1968 por Gary S. Becker, para quem, entre outros fatores que podem determinar a quantidade de atos criminosos praticados por um indivíduo, ganham relevo a probabilidade de sua detenção e a severidade da punição, caso detido. O objetivo da sociedade, para diminuir os custos financeiros da criminalidade, passa a ser a otimização dos recursos finitos, o que se alcança por meio da dissuasão (aumento da probabilidade de detenção e a severidade da punição).(…)
Ademais, não só a população de baixa renda merece realce, mas a igualdade de direitos,
envolvendo questões correlatas à orientação sexual, portadores de necessidades especiais, cor, raça e etnia, sendo estas questões transversais em quaisquer diretrizes que visem o aperfeiçoamento da gestão criminal e penitenciária no Brasil. A garantia à dignidade humana não permite exceções.
Promissor, não? O documento completo está aqui.
Alberto Alesina no Brasil, dia 28
É, ele estará na Enap, para a entrega do Prêmio Tesouro Nacional. Leitores deste blog sabem – ou têm forte desconfiança de – que é um dos meus autores favoritos. Caso você ainda não o conheça – imperdoável! – eis a página dele, lá na Harvard.
Veja lá os trabalhos dele sobre consolidação fiscal.
Um dia ele leva o Nobel. ^_^
Brasil, economia fechada
Impressiona o que se vê neste estudo.
Até Cuba, sabidamente uma ditadura cujo governo reclama de embargos, parece ser mais aberta que o Brasil (sejamos justos: as duas praticamente “empatam”).
Socialistas seguem defendendo que pessoas não tenham o direito de viver em sociedades globalizadas. Um dos argumentos é que a globalização destrói os valores locais. Ao mesmo tempo, são contra o embargo cubano (*). Não é preciso dizer muito mais.
A abertura de uma economia tem um significado muito mais profundo do que o que geralmente se discute na superfície dos debates. Uma economia aberta recebe imigrantes e, portanto, promove uma complexa remodelagem de sua matriz institucional (no sentido de North, por óbvio!) já que novos valores culturais e produtos passam a integrar a sociedade local (com o surgimento de novos produtos!).
Basta pensar na São Paulo antes dos imigrantes e depois dos mesmos. O surgimento de salgados e doces árabes, restaurantes japoneses, chineses e coreanos são apenas uma faceta deste processo rico de integração que nunca é simples (e nem sempre desejado pelos próprios imigrantes, como bem o sabem vários dos que nasceram aqui no Brasil de pais estrangeiros).
Os números do comércio acima são apenas uma dica do quanto um país perde por permanecer fechado, ignorando as sociedades vizinhas que ocupam o mesmo planeta. Fechar uma economia é fechar uma sociedade não apenas ao comércio, mas ao intercâmbio de ideias.
(*) Devo esta observação a uma conversa com um ex-comunista que conheci recentemente no III Fórum Mackenzie de Liberdade Econômica.
Inovações editoriais em Economia
A economia da criação
Dublou, dançou
Dublar programas e filmes em inglês gera perdas sociais?
Leia e descubra. Ah, claro, perdas econômicas são perdas sociais, exceto para quem não entendeu os teoremas do bem-estar.
Curso sobre a MP da Liberdade Econômica
Curso essencial sobre a MP da Liberdade Econômica. Parece que, finalmente, começaremos a combater a emporiofobia (sobre a qual falei aqui, por exemplo) que segue – não se engane – firmemente entrincheirada na mentalidade de alguns (embora, em muitos casos, seja apenas um discurso para defender interesses muito bem disfarçados…).
Choques reais: o caso da saúde
Julian Simon diria: sou otimista!
Lembra dele? É o antigo Failed State Index (que eu, Ari e Pedro analisamos aqui).
American Economic Association
Dica do Leo Monasterio. Ainda me lembro de ler o working paper disso.
Uma das lições é que não se deve idolatrar pesquisadores, por melhores que sejam. Muita gente ainda desconhece os problemas apontados pelo David Albouy.
P.S. outra lição é que você deve investir um bom tempo na base de dados.
A carga tributária ótima é de 20%?
Paulo Guedes disse que a carga tributária “ideal” é de 20% (ela foi de 32% em 2017). Em nosso estudo de 2017, estimamos algo em torno de 29%.
Claro, não contávamos com tantas mudanças como as que parecem estar por vir. Pessoalmente, até prefiro 20%, mas é difícil saber, agora, se esta será mesmo a carga tributária ótima. Por que? Porque não sabemos qual o tamanho da máquina governamental (que otimize o bem-estar) a ser sustentada.
Longo, longo prazo
Existe uma literatura recente que busca raízes bem longínquas nas explicações do desenvolvimento econômico (um desdobramento inevitável dos insights de North lá no início desta brincadeira toda).
Um working paper recente busca testar a hipótese para os EUA. Bem, vejamos seu resumo.
The Deep Roots of Economic Development in the U.S. States
CATO Working Paper No. 44Ryan H. Murphy
Alex NowrastehAbstract
There is a large and growing economics literature that seeks to explain how modern economic development and cross-country income differentials are the result of ancient historic, cultural, genetic, or other factors, whose effects persist in the modern world (Spolaore and Wacziarg 2013). Referred to by some as the “Deep Roots” literature, it broadly finds that these long-standing differences, whatever their mechanism, have powerful, positive predictive power in explaining modern levels of GDP per capita and other indicators of economic development.Drawing on Putterman and Weil (2010), we study the impact of deep roots as measured by ancestry by U.S. state, considering the average of how long each state’s ancestors have lived:
(1) under a centralized state, a variable known as “State History,” and
(2) with settled agriculture, a variable known as “Agricultural History.”
The other contributions to this literature primarily focus on how State History and Agricultural History of the population affect economic development outcomes across countries. Instead, we look at its effects on economic output per capita across the U.S. States.
We can only establish very marginal support for Putterman and Weil’s (2010) findings at the state level. Furthermore, there is no statistically significant relationship between the Deep Roots Variables score and the liberalness of a state’s economic institutions. Given the large literature on the importance of liberal economic institutions for economic growth and other outcomes (see, e.g., De Haan et al. 2006; Hall and Lawson 2014), the lack of a relationship between the quality of economic institutions and the Deep Roots Variables eliminates this institutional channel from the deep roots hypothesis.
No final do artigo, no apêndice, uma tabela que poderia ser interessante, inclusive, para pesquisadores sérios de História Econômica do Brasil.
Ladrão bom é ladrão rico?
This article adds to the empirical literature on the relationship between corruption and economic growth by incorporating the impact of economic freedom. We utilize an econometric model with two improvements on the previous literature: (1) our model accounts for the fact that economic growth, corruption, and investment are jointly determined, and (2) we include economic freedom explicitly as an explanatory variable. Using a panel of 60 countries, we find that for countries with low economic freedom (where individuals have limited economic choices), corruption reduces economic growth. However, in countries with high economic freedom, corruption is found to increase economic growth. Our results contradict the generally accepted view that corruption lowers the rate of growth.
Leia mais aqui.