Em 2019, Pedro faturou Anpocs, Capes e, agora, o Prêmio Jabuti. Olha o Pedro aqui. Talento e trabalho dão resultados. É o básico da Economia (será que ele ganhou prêmio em dinheiro…aumentando a desigualdade? ^_^)
Mês: novembro 2019
Alberto Alesina, sobre déficits
Multa da biblioteca importa?
Ao menos na USP, sim.
Combate ao crime no Brasil: novos parâmetros?
Políticas públicas devem ser baseadas em evidências. Quando se fala em deixar psicopatas nas ruas ou não, imagino, este embasamento científico deve ser mais sério. Ou não?
O novo Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária parece trilhar por um caminho mais difícil, sem tantos holofotes e aplausos de midiáticos, mas mais comprometido com as evidências empíricas.
Trechos:
Por outro lado, há diretrizes calcadas em elementos que não encontram respaldo na íntegra do Plano ou em outras não reveladas bases de dados. Políticas que merecem estudo sério e empírico, como a justiça restaurativa e a mediação penal, não podem servir de desculpa para justificar simplificações ou “combate à cultura do encarceramento” (…)
A abordagem do tema passa, de modo inevitável, pela consideração do sempre atual
modelo proposto em 1968 por Gary S. Becker, para quem, entre outros fatores que podem determinar a quantidade de atos criminosos praticados por um indivíduo, ganham relevo a probabilidade de sua detenção e a severidade da punição, caso detido. O objetivo da sociedade, para diminuir os custos financeiros da criminalidade, passa a ser a otimização dos recursos finitos, o que se alcança por meio da dissuasão (aumento da probabilidade de detenção e a severidade da punição).(…)
Ademais, não só a população de baixa renda merece realce, mas a igualdade de direitos,
envolvendo questões correlatas à orientação sexual, portadores de necessidades especiais, cor, raça e etnia, sendo estas questões transversais em quaisquer diretrizes que visem o aperfeiçoamento da gestão criminal e penitenciária no Brasil. A garantia à dignidade humana não permite exceções.
Promissor, não? O documento completo está aqui.
Externalidades, bens públicos e polinização
Coase estaria sorrindo agora. Trecho:
Na prática, o aplicativo facilita o contato entre agricultores e apicultores por meio de uma plataforma de geolocalização, evitando longos deslocamentos. Além de conectar pela proximidade, um time de técnicos auxilia em todas as etapas, com avaliação de déficit de polinização da lavoura, orientação sobre quais espécies de abelhas são recomendadas e a quantidade de colmeias a serem alugadas. Do lado do criador de abelhas (tanto europeias ou africanas quanto nativas), a equipe da Agrobee auxilia no controle de insumos usados na plantação, para não colocar a vida das abelhas em risco.
Quem estudou Teorema de Coase, ou mesmo bens públicos, vai amar a notícia. Como sempre digo, choques reais (= tecnológicos) geram consequências imprevisíveis nas funções de produção (quando não extinguem algumas e criam outras, como diria Schumpeter).
Notícia que me lembrou do meu encontro com os alunos do GEDE/UnB há poucos dias no qual tentei algumas piadas de economista sem muito sucesso…
Alberto Alesina no Brasil, dia 28
É, ele estará na Enap, para a entrega do Prêmio Tesouro Nacional. Leitores deste blog sabem – ou têm forte desconfiança de – que é um dos meus autores favoritos. Caso você ainda não o conheça – imperdoável! – eis a página dele, lá na Harvard.
Veja lá os trabalhos dele sobre consolidação fiscal.
Um dia ele leva o Nobel. ^_^
Economia do Meio Ambiente: uma abordagem com ênfase em instituições
Humor groucho-marxista
O jovem Marx no coração do jovem Claudio era Groucho. (Cartaz convocando para a reunião dos formandos, ocorrida após a péssima greve de 1991 que quase levou o semestre dos alunos para o ralo)
Teve Coase no almoço
Foi um prazer conversar com a professora Amanda e seus intrépidos alunos hoje. Foi uma conversa sobre Coase (e as tapiocas) por uma hora, de meio-dia às treze horas.
Só não foi mais divertido porque as piadas de economistas não são lá muito engraçadas…
No dia internacional do papel higiênico…
Teorema de Alchian-Allen, na prática
Um trecho, via Kindle, do ótimo: “Junkyard Planet: Travels in the Billion-Dollar Trash Trade” – Adam Minter.
“(…) the critical fact for American scrap companies competing against Chinese companies is that the price of shipping to China is typically cheaper than shipping between geographically distant U.S. cities. For example, in late 2012 a container shipped via railway from Los Angeles to Chicago could cost as much as $2,400—or four times more than it would cost to send the same container to Shenzhen. In other words: U.S. demand for Chinese goods means that a paper mill in southern China can outcompete a Chicago-area paper mill for a shipping container of old newspapers in Los Angeles. That’s the power of the backhaul—and American demand for Chinese-manufactured goods.”
Capitalismo paternalista (“crony capitalism”) no emprego público local brasileiro?
O exercício dos autores aponta para, infelizmente, uma resposta positiva. Eis o resumo:
Abstract. In all modern bureaucracies, politicians retain some discretion in public employment decisions, which may lead to frictions in the selection process if political connections substitute for individual competence. Relying on detailed matched employer-employee data on the universe of public employees in Brazil over 1997–2014, and on a regression discontinuity design in close electoral races, we establish three main findings. First, political connections are a key and quantitatively large determinant of employment in public organizations, for both bureaucrats and frontline providers. Second, patronage is an important mechanism behind this result. Third, political considerations lead to the selection of less competent individuals.
Pois é. Note que o resultado engloba todos os nossos partidos da amostra.
Dica de base de dados!!
Nem vou falar muito. Segue a dica.
http://basedosdados.org/dataset/diretorio-municipios-brasileiros
Brasil, economia fechada
Impressiona o que se vê neste estudo.
Até Cuba, sabidamente uma ditadura cujo governo reclama de embargos, parece ser mais aberta que o Brasil (sejamos justos: as duas praticamente “empatam”).
Socialistas seguem defendendo que pessoas não tenham o direito de viver em sociedades globalizadas. Um dos argumentos é que a globalização destrói os valores locais. Ao mesmo tempo, são contra o embargo cubano (*). Não é preciso dizer muito mais.
A abertura de uma economia tem um significado muito mais profundo do que o que geralmente se discute na superfície dos debates. Uma economia aberta recebe imigrantes e, portanto, promove uma complexa remodelagem de sua matriz institucional (no sentido de North, por óbvio!) já que novos valores culturais e produtos passam a integrar a sociedade local (com o surgimento de novos produtos!).
Basta pensar na São Paulo antes dos imigrantes e depois dos mesmos. O surgimento de salgados e doces árabes, restaurantes japoneses, chineses e coreanos são apenas uma faceta deste processo rico de integração que nunca é simples (e nem sempre desejado pelos próprios imigrantes, como bem o sabem vários dos que nasceram aqui no Brasil de pais estrangeiros).
Os números do comércio acima são apenas uma dica do quanto um país perde por permanecer fechado, ignorando as sociedades vizinhas que ocupam o mesmo planeta. Fechar uma economia é fechar uma sociedade não apenas ao comércio, mas ao intercâmbio de ideias.
(*) Devo esta observação a uma conversa com um ex-comunista que conheci recentemente no III Fórum Mackenzie de Liberdade Econômica.
Pontes entre Econometria e “Machine Learning”
McCloskey sobre seu ótimo livro (que deveria ser traduzido)
Avaliação de filmes
Exterminador do futuro: nota 8
Iron Sky: the coming race: nota 7
Sem spoilers.
Experimentos: precisamos de mais
Há muito pouca gente fazendo experimentos por aqui. É preciso: (a) reconhecer as limitações da ferramenta, (b) estimular a concorrência e (c) integrar melhor a prática com a teoria.
Experimentos são vendidos, por alguns, como a panacéia. Não é. A economia política predomina. Não acredita? Faça como Hernando de Soto: calcule quantos dias e por quantas repartições/agências uma proposta de experimento tem que passar até ser aprovada pelo governo. Depois, inclua uma análise mais cínica, de Public Choice, misture tudo e você perceberá que experimentos são importantes, mas…
Claro, desejamos mais experimentos e menos picaretagem. Mas não ajuda se não formos realistas.
Eis um bom texto sobre o tema.
Livro novo de análise econômica do direito…
Com dois capítulos meus. ^_^
Municípios extintos? Não é uma ideia ruim.
Para entender mais, veja os três trabalhos que surgem nesta busca e este outro.
Com estes quatro artigos, o debate ganha uma perspectiva institucional interessante, modéstia às favas.
Meu artigo sobre o mito (que mito?)
Eu, Ari e Andressa, em artigo que, sim, tem limitações várias, mas é também pioneiro na investigação dos mitos levantados por Caplan em seu ótimo (e mais famoso) livro sobre democracia e eleitores.
A abordagem é conhecida como behavioural public choice e o artigo está aqui.
Em comemoração à vitória do Cruzeiro e ao acesso à série D pelo Lobão…
Você sabe que fez alguma diferença na vida dos seus alunos quando…
…eles comemoram o Halloween de forma criativa (o responsável por isso, um doutorando, foi também um dos criadores da – saborosa – Adão Smith Beer que, hoje, sobrevive apenas por meio de aparelhos e que merecia uma segunda encarnação…).
Na próxima sexta-feira…hip-hop, criatividade e economia
Eis o anúncio de um excelente seminário para os que estão em Brasília. Os inscritos poderão assinar a lista de presença no local para a emissão dos certificados.
Recado importante da Public Choice Society
Recado importante:
Due to popular demand, we are extending the submission deadline forward by two weeks to Friday November 15 at 11:59 p.m. Eastern. To propose your paper, please submit the title and abstract at our Submit Paper page. The selection panel will do its best to respond with decisions by December 1.
The Best Conference:
Friendly reminder, the 57th Annual Meetings will be held March 12-14, 2020 at the gleaming Newport Beach Marriott Hotel & Spa in Newport Beach, California. Attendees will experience PCS’s rigorous yet collegial atmosphere, including exciting plenary discussions, over 70 concurrent sessions on topics across all fields in public choice, and much time for informal discussion, socializing, and sustenance. Arrive in time for Thursday’s opening plenary and cocktail reception. Join for Saturday’s awards luncheon, the Duncan Black Prize, Gordon Tullock Prize, and Vincent & Elinor Ostrom Prize. And stay through Saturday’s closing reception. Hotel, registration, and other helpful info is on our 2020 Conference Page.
Graduate Students:
You are eligible for the fifth annual annual Vincent and Elinor Ostrom Prize, awarding $1,000 for best combined paper & presentation by a graduate student (honorarium sponsored by the Institute for Humane Studies). Graduate students can also apply for financial assistance under the Society’s Student Fellows Program. Professor Lynne Kiesling, PCS’s Director of Graduate Programs, will contact graduate students who have submitted their title and abstract at the Submit Paper page.
Plenary Speakers: We are excited to announce our line up of plenary speakers:
– Amihai Glazer, University of California – Irvine, “How commitment problems affect policy”
– Susan Rose-Ackerman, Yale University, “Corruption and Institutions”
– Andrew T. Young, Texas Tech University, “Feudalism in Medieval Europe”
– Claudia Williamson, Mississippi State University, “Culture, Regulation, and Development”
Please click below to follow us on Facebook and Twitter, where we will be posting more about these fine scholars, their work, and how it situates into the broader body of public choice research.
Pre-conference experimental / empirical workshop . The 2020 conference will have an important new feature. For the first time, PCS will be conducting a pre-conference empirical workshop (open to scholars who have a paper accepted onto the program), covering topics such as causal inference, machine learning, artisanal data techniques, and more, specifically on how these methods are being utilized in new lines of public choice research. Participants will be encouraged to bring a research problem to share and workshop. More details will be shared once program decisions have been made. If you are interested in learning more, please drop us a line at info@publicchoicesociety.org.
We look forward to seeing you next March in Newport Beach! It truly provides the dynamic setting for our conference that only Southern California can.
Sincerely yours,
Roger Congleton
President, 2018-2020
and
Edward J. Lopez
Executive Director and Past President