Simonsen, do post anterior, jogando o insight:
Em segundo lugar, como observa Liebenstein, ainda que a oferta de mão-de-obra seja superabundante e que os salários sejam flexíveis, pode não interessar aos empresários do setor capitalista rebaixar os salários aquém de certo nível. Com efeito, há um mínimo calórico de subsistência, e um trabalhador excessivamente mal pago torna-se fraco, doente e, por isso, ineficiente. Como assinala Liebenstein, pelo menos até certo ponto é de se presumir que exista uma correlação positiva entre o salário e a eficiência do empregado. [Simonsen, M.H. Macroeconomia, 2a ed., v.2, p.243, APEC, 1974]
Na minha graduação, alguns diziam que Simonsen era um “malvado ortodoxo” e que não deveríamos nós, alunos, levar muito a sério o que ele dizia porque ele só “fazia matemática, não economia”. Parece até piada, né?
Em uma época na qual você não tinha muitos livros-texto de macroeconomia, o de Simonsen surpreende por seu elevado nível não apenas teórico como também pelos exemplos, que não se limitavam à economia norte-americana.