Fazendo as contas, teríamos 368 deputados votando a favor da admissibilidade. Foram 367. I rest my case (but not my briefcase…yet).
Frases como: “econometria não serve para nada”, “pluralismo metodológico pode ser com a Sociologia, mas não com a Estatística”, “o importante é entender o materialismo histórico” perderam sua falsa potência argumentativa. Simplesmente foram enterradas.
A grande vitória desta previsão é lembrar aos estudantes da Ciência Econômica que devemos estudar os fundamentos das ações individuais (ou o comportamento individual não foi importante no que culminou na votação de ontem?) e os métodos estatísticos – chame-se de Econometria se quiser, não me importa, não faz diferença e não é relevante neste contexto – adaptando-os para estudar situações que envolvam trocas (uma lição de James Buchanan).
É só um modelo, claro, é só uma previsão, mas, neste caso, a prova dos pudim, como dizem os americanos, é única: não há outros impeachments sendo julgados no Brasil (ainda bem) de forma a gerar um número grande de observações, etc.
O aluno que estuda a boa Ciência Econômica pode ganhar dinheiro fazendo previsões? Pode. Veja bem, não é apenas a parte estatística da brincadeira: modelos são construídos com base em pressupostos teóricos. Assim, menosprezar as aulas de Microeconomia e achar que vai enriquecer fazendo vinte disciplinas de Cálculo equivale a jogar fora um remo e remar, furiosamente, com o outro: o barco fará belos círculos na lagoa.
Repare que “estudar Microeconomia”, por sua vez, não implica que você apenas faça exercícios envolvendo lagrangianos (ou hamiltonianos). Significa também que não deve desprezar – sempre de forma cética e crítica, claro – notícias citadas como “avanços” na sua área de pesquisa. Surgem várias idéias alternativas de como o ser humano age e somente poucas provam-se úteis para o avanço de nosso conhecimento sobre as ações dos indivíduos (ou grupos).
Agora, vamos em frente. Bom dia.