Pois é. Houve um jornal chamado (pasmem!): Jornal dos Economistas, surgido em 1882 no Brasil. Você pode ler vários de seus artigos na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional (sim, online). Existe um artigo algo crítico sobre o jornal aqui (aliás, curiosamente, o artigo não discute muito a posição anti-escravocrata dos economistas, compatível com a origem moderna da Ciência Econômica).
O que eu acho mais interessante nisto é que, mais uma vez, nossos jovens que se auto-proclamam liberais, libertários, etc, continuam investindo muito tempo em panfletagem e quase nenhum tempo em pesquisas sobre o liberalismo brasileiro.
Não adianta querer mudar um país citando Milton Friedman ou Benjamin Franklin ou dizendo que tal política funcionou em Wisconsin. O brasileiro quer saber sobre soluções liberais (não apenas a retórica papuda) para os problemas…do Brasil. Eu diria: “não venha me falar de Bastiat. Ele já era citado desde o século XIX na capital intelectual do império. Fale-me de propostas concretas e de análises empíricas”.
Voltando ao periódico, acho engraçado e interessante que o nome tenha sido Jornal dos Economistas. Também acho que vale a pena ler as primeiras quatro páginas de seu primeiro número (1, 2, 3, 4). Afinal, lá está o manifesto do jornal, com seu viés liberal na linha das idéias de Bastiat.
Ah sim, como estou numa fase de leituras sobre escravidão, eis um belo trecho da segunda edição do Jornal dos Economistas sobre o tema, mostrando o que os economistas liberais pensavam (e continuam pensando) sobre a escravidão mesma.
p.s. Acho que vou anotar a data da primeira edição do Jornal dos Economistas como um marco comemorativo em minha agenda. Anote você também: 05/02/1882. Ano que vem fazem 1935 anos (estou contando 2015 na contagem… para que 2016 nos dê, ao final, 135 anos)! Boa data para comemorar. ^_^