A entrevista é de 15 de Agosto de 2015. O que nos mostram os dados? Que as empresas brasileiras estão próximas do ponto de deslanche (não, não é “desmanche”).
Quer mais? Olha os últimos valores.
2015-08-18 3.4844
2015-08-19 3.4782
2015-08-20 3.4754
2015-08-21 3.4837
2015-08-22 3.4716
2015-08-23 3.5015
Eu sei que o ex-ministro Mantega disse para você que quem apostar na taxa de câmbio desvalorizada vai quebrar a cara, mas o que estamos vendo aí é que o governo vem tentando seguir o que diz o outro ex-ministro.
Algumas perguntas, entretanto.
- Estamos mesmo competitivos com esta economia fechada?
- Qual é a taxa de câmbio ótima para um painel de ex-ministros da Fazenda? Só Mantega e Bresser nos dariam um intervalo deveras extenso.
- Será que existem fundamentos políticos (grupos de interesse, capitalismo de compadres) subjacentes a defesas aguerridas de alguns economistas por determinados valores específicos (na reta dos números reais, como diria um matemático) da taxa de câmbio?
- Acreditar no mercado significa acreditar no mercado apenas quando ele dá o resultado que você quer? Ou alguém precisa rever seu conceito de mercado?
- Episódios de crescimento econômico com controle inflacionário e redução de pobreza são acompanhados de desvalorizações cambiais, aumento de impostos de importação, barreiras tarifárias e políticas fiscais de insistentes déficits primários disfarçados por “contabilidade criativa”?
São perguntas heréticas, eu sei, mas sou um pecador que insiste em pensar em coisas assim, fora da caixa.