A demora teve a ver com a resistência política oferecida por largo número de agentes econômicos cujos interesses reforçavam os dos funcionários do BB, desejosos de preservar o status quo. Referimo-nos aos que de algum modo se beneficiavam dos empréstimos do banco. O fato de o Banco do Brasil ser a fonte da emissão monetária que cobria os déficits orçamentários do governo certamente assegurava à instituição número ainda maior de defensores, em especial no meio político.
Este trecho aí é do José J. Senna, no prefácio ao livro do prof. Pastore, Inflação e Crises – o papel da moeda, recém-lançado.
Preciso dizer mais? Não. Mas vou dizer. Na campanha eleitoral, muita gente de má fé fez de conta que não viu a propaganda na qual se acusava a instituição “autoridade monetária independente (podem chamar de “autônoma”, discussão puramente semântica…)” de ser a responsável pelo desaparecimento da comida da mesa dos brasileiros.
Não preciso dizer que é uma propaganda de péssimo gosto e mentirosa, mas o trecho acima fala por si. Ok, eu poderia ir adiante e colocar uns gráficos ou citar uns artigos dizendo o óbvio mas também não tenho paciência para fazê-lo. Quem quiser saber mais, faça seu trabalho. Mas fiquem com esta outra frase do prefácio: Sem política monetária austera, não há programa anti-inflcionário que funcione.