Com nossas pipocas atingindo o padrão norte-americano, talvez este video – e o livro – tornem-se mais relevantes por aqui. Aliás, senhores editores, ele já deveria ter sido traduzido faz tempo, né?
McKenzie também tem um ótimo livro sobre obesidade (inclusive, mostrando os problemas sérios existentes em se considerar o BMI (body mass index) como medida de obesidade. Estou lendo este livro junto com alguns outros e a propaganda dele está aqui (e eis uma entrevista com o autor).
Eis um trecho interessante da entrevista.
What do you think will be the biggest battle in the “fat war” in the next 5-10 years?
The likely biggest battle in the “fat war” will be over sugared soda taxes and taxes on one sort of fatty food or another. However, studies are showing that such taxes (and bans on sugared sodas) can cause people to gain weight by shifting people’s consumption to non-taxed sugared and fatty foods and by increasing their appetites. Then there will be legal battles over fat discrimination and fat accommodation. “Fat labeling” seems to have already become a done deal.
Aliás, complementando o que diz o autor, veja também este pequeno vídeo, de uma consultoria privada famosa, a Euromonitor mostrando que, no longo prazo, não é só a demanda que se mexe, mas também a oferta…
O bacana do McKenzie, na minha opinião, é que, há anos, ele vem fazendo o que, somente agora ficou popular por aqui: a análise econômica da vida. Bastiat falava das consequências não-intencionais dos incentivos (“o que se vê e o que não se vê”) e isto é uma característica central da Ciência Econômica.
Não e nem seu oposto. E também não está chovendo hambúrguer. Mas ao fazer análises de equilíbrio parcial, ou mesmo geral, sempre teremos limitações pois fenômenos sociais são bastante complexos. Lembre-se sempre do que disse Milton Friedman sobre a política monetária em seu clássico artigo, por exemplo. Eis um trecho:
I have put this point last, and stated it in qualified terms-as referring to major disturbances-because I believe that the potentiality of monetary policy in offsetting other forces making for instability is far more limited than is commonly believed. We simply do not know enough to be able to recognize minor disturbances when they occur or to be able to predict either what their effects will be with any precision or what monetary policy is required to offset their effects. We do not know enough to be able to achieve stated objectives by delicate, or even fairly coarse, changes in the mix of monetary and fiscal policy. In this area particularly the best is likely to be the enemy of the good. Experience suggests that the path of wisdom is to use monetary policy explicitly to offset other disturbances only when they offer a “clear and present danger.”
Neste trecho, Friedman recomenda que a política monetária seja feita sem solavancos, mas com mudanças marginais, precisamente porque sabemos pouco sobre a natureza dos choques na economia. Vale dizer, ele percebe claramente as limitações de nosso conhecimento sobre a realidade, algo que, inclusive, deveria ser mais considerado em proposições que envolvam a vida de terceiros.