Dia: outubro 15, 2012
Mais um encontro de blogueiros (sério)
Não, não é sacanagem, nem encontro de mendigos que pedem dinheiro do governo. É o pessoal da FEA-RP copiando nosso evento. Bem-vindos ao clube!
p.s. não levem a mal o “copiando”, mas aposto que o Cristiano pensou o mesmo ao ler a notícia, embora ele provavelmente esteja de ressaca hoje. 🙂
Educação de verdade (um repeteco do texto publicado aqui, em 2008)
Ao invés de dar um “carteiraço” (como é hábito no Brasil), o jovem Meiji aprendeu as lições de Tesshu Yamaoka. Não é à toa que ambos tenham se tornado tão famosos…
Dia dos professores – Escolha Pública e História Econômica
Hoje eu me lembrei de um professor que nunca me deu aula. Na verdade, ele fez a transição entre meu primeiro orientador de mestrado – que de ocupado não pôde me orientar – e meu, então, orientador de mestrado (que seria também o do doutorado).
Ele era do doutorado e acabara de arrumar uma vaga em outra escola. Durante o curto período em que me orientou pude ler e ler e ler e conhecer uma bibliografia sobre Escolha Pública que não conhecia. A ele sou muito grato. Não o vi mais nem na época da minha qualificação ou da defesa, mas sempre tenho notícias dele pelo trabalho que desenvolve.
Outro professor que me recebeu com atenção e me incentivou a seguir em frente com meu tema – já polido pelo professor supracitado – era um de uma faculdade do Rio de Janeiro. Hoje, aposentado, mantém um blog que todos deveriam ler.
A gente se espanta com o profissionalismo que se pode encontrar em algumas figurinhas da área acadêmica. Estes dois, dentre outros tantos que eu poderia citar (como meu orientador e meu co-orientador, ambos do doutorado), ajudaram-me a entender um pouco o mundo a minha volta, pelo menos sob a ótica econômica. Há também um grande professor da minha época de graduação, mas ele extremamente averso à exposição pública e, assim, não vou citá-lo.
Um dia destes eu falo sobre os professores de Econometria ou dos professores que são da minha época (ou seja, estudaram mais ou menos comigo e lecionam por aí). Tenho bons exemplos para citar também.
Parabéns, professores! Vocês fizeram a diferença (ou a soma)!
Bancos e consumidores
Eis aí uma base de dados interessante de se acompanhar. Curiosamente, os bancos públicos não se saem tão bem assim para quem diz estar “corrigindo as malignas práticas do grande Satã capitalista”. Ok, nem todos os funcionários dos bancos públicos dizem isto, mas os mais mal-humorados, sim.
De qualquer forma, é uma boa base para se acompanhar, principalmente se desagregarmos os itens.
Dá para blogar e ganhar um Nobel?
John Taylor & Russ Roberts – Part 2
Aqui está. Você pode ver a primeira parte lá também. Claro, acho uma ótima conversa em formato aula/informal. Muito esclarecedor e com conteúdo, ao contrário de muito lero-lero que vemos por aí.
Dia do professor
Eu tive um bocado de bons professores em minha vida. Alguns não tão bons, mas bem-intencionados. Claro, também tive um punhado de professores mal-intencionados, que viam sua profissão apenas como uma catapulta para o poder.
Os melhores foram aqueles que me ensinaram lições básicas (para professores/alunos) como:
1. Você é o responsável por seus atos – Não me venha com esta de trânsito ruim, cachorro comendo cadeerno, quarta avó morrendo ou, claro, a famosa “os pais e o senhor são os culpados”. Cresça rapaz! Como diriam os americanos: go get a life!
2. Prestar atenção é sempre bom – Não tem jeito, gente. Desde a Grécia é assim.
3. Vá ao banheiro antes da aula começar – Na minha época, as pessoas tinham maior controle sobre a própria bexiga. Hoje, por algum problema de saúde disseminado, a meninada não consegue segurar a urina por muito tempo. Vai saber, né?
4. Tem dúvida? Pergunte. – E eu adiciono: pense antes de perguntar e seja paciente. Tem gente que ouve o “bom dia” e já quer perguntar. Outros não sabem a hora de perguntar. Já vi gente encontrar o professor no banheiro e, por algum motivo bizarro, perguntar uma dúvida que não existiria se não o encontrasse. Talvez Freud explique, mas pega mal pacas. Tem hora para tirar a água do joelho, tem hora para perguntar e tem hora para comer. Simples assim.
5. Jamais menospreze o aluno: forneça-lhe desafios – Afora a mediocridade, que adora permanecer no jogo de encaixar círculos, quadrados e triângulos, há, dentro de cada aluno, um desejo por desafio. Muitas vezes, pais irresponsáveis fazem de tudo para que este desejo seja suprimido. Entretanto, pela própria natureza humana, o aluno pede por um desafio. Assim, dê-lhe exercícios desafiadores. Os inteligentes tentarão resolvê-los (note bem: eu não disse que conseguirão), os não-inteligentes copiarão as respostas cegamente.
6. Tente primeiro, antes de perguntar – Faz parte da construção do conhecimento, sob qualquer teoria pedagógica (até as mais estúpidas não negam isto) o sujeito dialogar com ele mesmo antes de dialogar com os outros ou com o professor. Negar esta simples lei universal do comportamento é como dizer que “quem sabe o melhor para mim não sou eu, mas o fulano”. Até alunos esquizofrênicos dialogam com si mesmos…
7. Busque honrar seu nome – Uma lição muito esquecida, nos dias de hoje, é esta tão simples quanto bela. Com tanta esmola do governo, corrupção justificada em nome da revolução socialista (às vezes até com manifesto de apoio de “intelectuais”), como é que você explica para o seu filho que ele tem que honrar seu nome na escola? Não é fácil. Mas bons pais tentam e o resultado aparece no dia-a-dia da sala de aula.
8. Nem tudo na vida é sala de aula – Claro que não. Aprendi com meus bons professores que poderia estudar em casa. Na verdade, aprendi que estudar não é sempre se agarrar a um livro. É mais que isso. É pensar nos problemas do dia-a-dia de forma organizada, científica ou, diria eu, inteligente. Aprendi isto com alguns professores que nunca caíram no lenga-lenga da “abordagem pluralista”, mas faziam melhor que isso com seus exemplos e sugestões. Claro, claro, você deve saber, à medida em que se diz adulto (e, portanto, deve ser tratado como tal), como fazer o melhor uso de suas horas no dia entre o balé, o curso de chinês, as matérias da escola, o judô, a corrida, a TV, o videogame… opa…já percebeu, né? Claro, se a escola não é para você, saia e mostre ao mundo como é bom sem precisar estudar. Não falo com ironia, mas você deve se responsabilizar pelo seu próprio futuro, não é? Não é a escola o melhor lugar? Pegue na enxada e mande ver!
9. Organização – Ser organizado é algo que se aprende duramente (ou já se nasce com este dom…). Temos que lutar contra a desorganização, sempre. Tenho estado nesta luta há anos e ainda me pego desorganizado aqui ou acolá…
10. A sala de aula não é um campo de batalha, mas também não é uma caminha rosada – Aprender, já dizia alguém, dói. Lúdico, uma ova. Pode até ser menos dolorosa, mas estudar é algo que incomoda. Isto não quer dizer que a sala de aula seja uma batalha que você deva vencer concentrando-se nas fotos do seu celular ou com uma conversa initerrupta com seu colega do lado sobre algum tema de sua vida triste e sofrida. Também não quer dizer que o professor deva passar a mão na sua cabeça e aceitar que você entregue trabalhos em papel higiênico escritos com carvão. A sala de aula é um local de interação e você não deve entrar nela se não estiver preparado. Aliás, preparar-se previamente é uma vantagem única que poucos percebem nos primeiros anos de escola.
11. Biblioteca e monitores são seus amigos – Uma vez eu vi um aluno reclamar que tinha que usar a monitoria. O argumento? Ele queria aprender tudo em sala, digo, na sala de aula. Como foi a infância deste sujeito eu não sei, mas sei que algo estava errado. De qualquer forma, bibliotecas e monitores são seus amigos. Não, eles não tomam cerveja com você (pode até acontecer, no caso de alguns monitores). Mas eles são seus amigos na sua busca por auto-conhecimento e conhecimento sobre o mundo. Algumas respostas, aprendi com bons mestres, você só encontrará na religião. Outras, na ciência. Em ambos os casos, você precisará estudar. Irônico? Belo? Assustador? Não sei, mas que é um fato, é.
Talvez eu pudesse listar mais uns dez ou doze bons princípios. Talvez não. Afinal, se eu tivesse tantos pontos para comentar, faria um livro. Mas eu realmente posso dizer que aprendi com todos os professores, bons ou ruins. Isso não me tornou um ser perfeito, mas, pelo menos, muito melhor do que eu era. Estes onze itens ajudarão alguém a descobrir onde tem errado? Pouco provável. Afinal, não disse nada de muito novo e, na verdade, todo mundo sabe como tirar as pedras de seus sapatos. Não é segredo. Mas talvez o papel do professor seja o de repetir e relembrar novamente estes fatos. Não custa tentar, não é?
Feliz Dia do Professor para vocês, meus colegas!
Por que tão pouca repercussão na imprensa nacional?
Pergunto aos leitores: esta minúscula divulgação do Nobel (e a pouca reverberação, até agora, na blogosfera) não se deve apenas ao feriado, não é? Nem todos estão de folga hoje.
Seria porque quase não temos aplicações empíricas das contribuições de Roth e Shapley no Brasil? Com a palavra, os leitores.
Nobel – dica 2
Para quem já conhece um pouco do assunto, a outra dica é esta.
Roth & Shapley
Matching rules! Desenho de mercados ganha o Nobel que já merecia há algum tempo. Explicações sendo dadas exatamente agora no site do Nobel.
UPDATE – Dica para os jornalistas: aqui.
UPDATE 2: