As evidências de que raízes culturais coletivistas levam a maiores níveis de corrupção já foram levantadas aqui e, agora, mais um artigo trata do mesmo tema (e chega a conclusões similares). A diferença de métodos entre os dois artigos só me reforça a suspeita de que a ligação é, realmente, importante: valores coletivistas facilitam a corrupção.
Claro que os corruptos e amantes das práticas corruptas dirão que “isto são apenas números”, mas o que você esperava deles?
Shikida, o artigo de vocês discutiu apenas a significância estatística, sem entrar na significância substantiva. Qual o impacto estimado da cultura no indicador da falha de estado?
Abs
Carlos
Desculpa, mas o que seria “significância substantiva”? A estatística eu conheço, mas a que você se refere, especificamente?
Refiro-me à importância econômica da variável. Como cultura no caso é um índice composto e as estatísticas descritivas não são apresentadas, fica difícil para o leitor julgar a relevância do coeficiente (uma mudança de 10% na “obediência” é plausível na amostra, por exemplo). Assim, para argumentar que cultura é mais importante o foco teria de ter sido na magnitude e não na significância estatística, ainda mais porque em geral estes testes têm pouco poder em hipóses alternativas relevantes, então a aparição do “asterisco” de significância é igual a uma roleta russa. Abraços.
Ah, ok. Como em McCloskey. Certo, esta é uma boa crítica. Entretanto, este é um dever que fica para a próxima. Há ainda que se ter, por exemplo, um modelo teórico mais robusto sobre o tema.