Não. Antigamente, por algum motivo, as dissertações de mestrado eram bem extensas entre os economistas brasileiros. Eu já disse aqui, várias vezes, que isto tem a ver com a verborragia inútil que Joseph Love bem detectou no Brasil, no início de nossa profissão.
Hoje em dia, não mais é assim. Um mestrado, ainda mais um mestrado profissional, não se enquadra na suposta pretensão de que o mestre é um sábio conhecedor de diversas superficialidades (“um pouco de cada coisa”, logo, “muito de nada”). Eu gosto de mostrar às pessoas trabalhos de boa qualidade neste blog. Pois bem, a dissertação que se encontra aqui não é de nenhuma ex-aluna minha, mas é um bom exemplo de concisão, ligação entre teoria e prática e objetividade.
Claro que deve ter tido lá seus problemas – quem não os tem? – e a banca deve ter reclamado aqui e acolá. Isto faz parte do processo. Mas repare, leitor, no tamanho da dissertação. Certamente ela não ilustra a carga de leitura necessária e que deve ter sido o fardo da orientanda por um bom tempo. Mas, ora bolas, capacidade de síntese também é algo que um mestrando tem que ter. Senão, pobre coitado, as portas do inferno lhe estarão bem próximas…