De que adianta um pré-sal aqui ou uma perfuração ali se vizinhos poderosos – como o governo bolivariano da Venezuela – podem facilmente ameaçar o país? Eis um problema cujas variáveis envolvidas vão além da ingênua choradeira sobre a 4a frota dos EUA.
A discussão passa por duas perguntas simples: quem perderá para que gastemos com a Marinha brasileira e, claro, como este gasto é compatível com uma sociedade livre? Obviamente, o calcanhar de Aquiles é que a administração da Silva já demonstrou, mais de uma, duas ou cem vezes, que não é favorável a uma sociedade livre, o que gera um risco de que gastos em defesa sejam usados de forma viesada no sentido de maximizar o benefício político, não o econômico.
Quando isto acontece, já mostraram todos os clássicos artigos de Public Choice (Escolha Pública), o governo cresce sem que você cresça.
Eis o problema, nu, como o rei. Claro que a blogosfera não-liberal (e os chapas-brancas de pijama que por aí publicam) tentarão criar a velha confusão de argumentos que gera resultados do tipo: “liberal é malvado porque não quer gastos em defesa”, “libertário é ingênuo porque não acredita que gastos em defesa sejam úteis”, “o pré-sal é nosso, por isso o governo deve ser muito grande”, “mais exército, mais progresso, o que importa é ‘trocar liberdade por segurança'”, etc, etc, etc, e, claro, etc. Falácias as mais diversas.
p.s. é aquela história. Sujeitinho acha um mapa do Centcom americano que divide o mundo em esfera de influência e faz aquela crítica – de político sobre o caixote – do governo dos EUA. Mas, espere, o governo boliviano não tem tal mapa disponível (e nem é lá aquela democracia…) e já interferiu no fornecimento continental de gás. O governo venezuelano, idem. Fidel já mandou, há anos, tropas para a Angola e também não publicou qualquer mapa. Conclusão: apenas democracias permitem a divulgação de suas intenções. Governo autoritários e não-autoritários possuem sonhos megalomaníacos sim, mas apenas os que se encontram sob amarras liberais conseguem gerar contrapontos viáveis.