Diz Simon:
É deprimente ver a volta triunfante dos pelegos pelas mãos de quem abriu a esperança, no inicio dos anos 80, de um novo sindicalismo, apoiado nos trabalhadores, e não no eterno imposto sindical. Aliás, já estamos em pleno vale-tudo da campanha pelo terceiro mandato de Lula, só não vê quem não quer.
No ano passado, escrevi um texto um pouco longo sobre o tema da corrupção, que acredito que continue atual, embora a opinião pública no Brasil, e muito de nossos dirigentes e intelectuais, achem que isto não tem a menor importância. Para quem quiser ver e comentar, o texto está disponível aqui.
Aliás, falando em pelegos, que são parte (não-pensante) do pensamento neocon latino-americano, eis aqui uma reflexão oportuna do Ives Gandra (eu não concordo com tudo o que o Ives diz sobre economia, mas este comentário merece ser citado):
#2. Ives viu o óbvio: Dirão que este artigo de Ives Gandra Martins é apenas uma glosa do óbvio ululante. Verdade. Mas o diabo é que o óbvio é tão difícil de ver, aqui no Brasil, que valeu o link e vai valer a citação:
“Um grupo de homossexuais, segundo o que me foi relatado por uma senhora brasiliense, na Semana Santa, decidiu agredir as convicções dos católicos, fazendo ‘celebrar’ uma ‘missa’, em que no ‘cálice’ encontravam-se apenas ‘preservativos’.
(…)
Se um branco, por exemplo, sair à rua com uma camiseta dizendo “Sou branco”, poderá ser enquadrado como delinqüente, sob a acusação de conduta racista. Se um afro-descendente – uso a expressão para não ser criticado – declarar em sua camiseta “Sou afro-descendente”, não só nada lhe acontecerá, como tal qualidade lhe assegurará privilégios, como, por exemplo, o acesso às cotas em universidades.
Se um cidadão sair declarando, na comunidade, que é “heterossexual” e orgulhar-se de utilizar esse impulso natural de forma a assegurar a continuidade do gênero humano – só a união do homem e da mulher pode gerar descendência – poderá ser rotulado de preconceituoso, muito embora as “paradas do orgulho gay” não sejam consideradas ofensivas à esmagadora maioria das pessoas que não têm as preferências de seus participantes e organizadores.“
Você não precisa concordar com o Ives Gandra (ou com o Olavo de Carvalho, ou com Emir Sader ou outros exóticos exemplares do jornalismo nacional) para ver o óbvio neste caso: dois pesos, duas medidas. Um problema, sem dúvida, social que, infelizmente, não será resolvido pelos nossos defensores da tese furada de que “tudo é problema social”.