Você já viu o quanto de amigo seu usa – de forma abusiva – o conceito econômico de “externalidade”? Eu já ouvi vários argumentos assim. Normalmente são adeptos da pterodoxia ou da “esquerda (intervencionista) anaeróbica”. Pois agora considere isto (vou reproduzir um trecho):
Filhos homens não são fáceis para uma mãe. Seja o peso maior na hora do parto, o nível elevado de testosterona ou, simplesmente, as algazarras que as deixam de cabelo em pé – os meninos trazem um fardo extra à mulher que os deu à luz. Examinando registros de dois séculos de uma igreja finlandesa, Virpi Lummaa, da University of Sheffield, na Inglaterra, tem como provar: filhos homens reduzem a expectativa de vida da mãe, em média, em 34 semanas.
Com o auxílio de genealogistas, a bióloga evolucionária finlandesa de 33 anos vasculhou livros com séculos de idade (e décadas em microfichas) em busca de certidões de nascimento, casamento e óbito – e pistas sobre a influência da evolução na reprodução humana. Historiadores, economistas e mesmo sociólogos há muito usam táticas parecidas para explorar seus campos de estudo, mas Lummaa está entre os primeiros biólogos a estudar o Homo sapiens como animal cuja população pode ser acompanhada ao longo do tempo.
Primeira consequência deste argumento sobre estes intervencionistas, creio eu, seria uma redução de aproximadamente 50% dos mesmos. Outra possível consequência é que o grau de “negação” aumentaria graças à dificuldade de se defender, ao mesmo tempo, a ladainha intervencionista “porque-tudo-tem-externalidades” com o fato de se ter nascido homem (nos casos devidos, entenda-se bem). Finalmente, uma possível bem-humorada consequência seria o aumento dos pedidos para troca de sexo em centros especializados. ^_^
Eis um bom motivo para se entender bem economia: evita um monte de pensamentos bobos.