Isto mesmo. Divertido e inteligente. Quando alguns alunos meus crescerem, eles vão querer ser igual ao Philipe. ^_^
Dia: novembro 5, 2007
Rwanda está em uma boa trajetória?
Karol Bodreaux pensa que sim. Uma nota pessoal: ao invés desta baboseira de politicamente correto (história “afro-descendente”) ou de ONG’s voltadas para a pregação stalinist..digo, socialista como saída para a África, acho muito mais interessante a visão de se pensar instituições para que o potencial empreendedor dos africanos seja a luz no fim do túnel.
Isto não exclui o microcrédito – meus leitores mais antigos sabem que enterrei uma pequena quantia no Kiva, lá na África – mas microcrédito não é, repito, a saída. A saída é a mudança das regras do jogo que, inclusive, englobam o microcrédito.
Por que validar o “ticket” do supermercado?
Enquanto o Leo se diverte com o Prêmio Eço de Economia, vamos falar da economia que todos os bons alunos entendem. E aí eu vou trazer a discussão da The Economist:
RICHARD LAYMAN, one of my favourite writers on issues of local urban development, is bothered by a particular practice at the Whole Foods (an upscale supermarket) on P Street in Washington, D.C. He asks:
They offer parking validation. Why not offer transit vouchers for people who don’t own and/or drive cars?
Now, the simple answer is that this is rudimentary price discrimination.
O autor prossegue com uma interessante explicação. Para ele, como motoristas podem transportar mais mercadorias, seria interessante para o supermercado oferecer a validação do ticket como um incentivo. Há outras explicações, mas o autor as critica no mesmo post.
Fica aí a pergunta para o leitor deste blog: e você? O que acha?
p.s. lembra do sushi? Vá ao endereço ao lado, exercite seu inglês (ultra-)básico e encontre o divertido e-book sobre a economia do sushi.
Consistência tende a zero…por que?
Disse o Daniel Piza:
A declaração do governador Nascimento, digo, Sérgio Cabral, de que favelas são fábricas de marginais e de que o aborto é necessário para conter a criminalidade, seria divertida se não fosse desastrosa. A maioria das pessoas que vive em favelas não é criminosa. E a fonte dessa idéia sobre o aborto é o best-seller Freakonomics, cuja consistência tende a zero.
Ok, eu gosto da crítica à hipótese do Levitt. Acho que o argumento dele é interessante, mas tenho dúvidas sobre a generalidade de sua hipótese. Outro dia disse aqui que o Samuel Pessôa faria uma ótima ação ao debate se divulgasse o seu artigo – ele já ficou bem famoso ao defender a hipótese do aborto no “Estadão” baseado neste estudo. O Laurini, por sua vez, foi específico na crítica, focando no método econométrico.
O Daniel Piza tem sempre boas observações sobre a realidade brasileira (nesta mesma edição de sua coluna há uma interessante análise sobre a história brasileira), mas ficou a dever nesta crítica gratuita. Por que é que a consistência da tese do Levitt tende a zero? Piza ficou nos devendo um arrazoado de bons motivos.
Comentários?
Bons momentos da Tia Cris
Tia Cris ataca de quadrinhos. Aqui e aqui. Genial! Ela ficou louca com uma certa história da Hello Kitty que lhe enviei. A tia, como sempre, brava. ^_^
Picaretagem editorial
Coisas que deixam um brasileiro triste. “Sou brasileiro, não desisto nunca”. Eis a propaganda que veicularam há algum tempo. Aplica-se a boa parte dos políticos envolvidos no “mensalão” (lembra dele?) como também aos que se esforçam para que esta selva seja menos selvagem.
Péssimo marketing.
Aula de crescimento econômico
Lei seca diminui o crime?
Segundo este estudo, não é bem assim. Aí vai o resumo:
As leis e portarias municipais restringindo o horário de funcionamento dos bares têm contribuído para colocar a segurança pública e o problema da criminalidade na pauta dos debates em todo o país, como jamais visto em períodos sem crimes de grande comoção pública. Diadema antecipou de forma meritória a tendência de redução de homicídios no Estado de São Paulo e foi um dos primeiros municípios a adotar a lei. Embora a cidade tenha conseguido reduzir os homicídios desde 1999 e adotado a lei somente em julho de 2002, uma centena de municípios – e agora alguns Estados – por todo o país, vem aprovando medida equivalente sem considerar de
forma mais detalhada o conjunto de ações que levaram Diadema a lograr o sucesso na redução dos assassinatos. Esse trabalho avaliou o real efeito da lei de restrição do horário de funcionamento dos bares na redução dos homicídios em Diadema, comparando a performance da cidade e de outras cidades paulistas entre 1999 e
2005. Mostra que Diadema, pelos méritos de sua comunidade, lideranças e policiais, reverteu o quadro de violência desde muito antes da “lei seca” e prosseguiu muito depois desta. Análises comparativas com outros municípios de mais de 100 mil habitantes do Estado mostraram também que dentre outras experiências com lei ou portaria similar a queda média foi a mesma de cidades de tamanho equivalente ou de regiões inteiras sem “lei seca”, como da Baixada Santista.
Escravidão Oficial no Brasil
Mussolini, Escravidão e Sindicatos
Alguém precisa acabar com a legislação fascista que obriga os trabalhadores a pagar imposto sindical para sustentar uma súcia de vagabundos. O imposto nada mais é do que uma espécie de escravidão. Aliás, seria interessante os economistas investigarem a aberração que são os Corecons.
Não consigo imaginar tema mais interessante e espinhoso do que este proposto pelo Selva. Aliás, o grau de confiança nas instituições de um país tem a ver com a coragem de pesquisadores em desafiar grupos de interesse e, claro, também tem a ver com os grupos serem honestos e fornecerem os dados (de cara amarrada, sim, mas com decência) e não ameaçarem com sanções os pesquisadores.
Mas eu duvido que alguém acredite estar seguro investigando sindicatos no Brasil. “Al Capone”, diria Selva, “rules”.
O que acontece nos mercados financeiros quando os agentes são…digamos…burrões?
Você acha que é só chutar uma verborragia besta na resposta? Ledo engano. Aí vai o sumário:
Standard models in economics stress the role of intelligent agents who maximize utility. However, there may be situations where constraints imposed by market institutions dominate strategic agent behavior. We use data from the London Stock Exchange to test a simple model in which minimally intelligent agents place orders to trade at random. The model treats the statistical mechanics of order placement, price formation, and the accumulation of revealed supply and demand within the context of the continuous double auction and yields simple laws relating order-arrival rates to statistical properties of the market. We test the validity of these laws in explaining cross-sectional variation for 11 stocks. The model explains 96% of the variance of the gap between the best buying and selling prices (the spread) and 76% of the variance of the price diffusion rate, with only one free parameter. We also study the market impact function, describing the response of quoted prices to the arrival of new orders. The nondimensional coordinates dictated by the model approximately collapse data from different stocks onto a single curve. This work is important from a practical point of view, because it demonstrates the existence of simple laws relating prices to order flows and, in a broader context, suggests there are circumstances where the strategic behavior of agents may be dominated by other considerations.
Elasticidade-preço da demanda, Bem-Estar e tudo aquilo
Eis um texto bem interessante, publicado no Management Science, em 2003, sobre o excedente do consumidor em uma economia digital, especificamente no caso de compra de livros (através de firmas como Amazon, Barnes & Nobles, etc). Vale a pena a leitura se você tem interesse em aplicar o que viu em sala de aula sobre o tema.
Como meus leitores sabem, sou um grande admirador de artigos sérios em Marketing. Este é um bom exemplo do que aprecio.
Turquia e Curdistão
Você acha que esta briga entre o governo turco e os curdos é novidade? Não, não é. Implicações? Várias. Principalmente no que concerne ao equilíbrio de poder entre o Iraque e a Turquia. Interessante, contudo, é pensar que, neste caso, não dá para culpar os colonizadores britânicos ou algum outro europeu. Afinal, a Turquia já é independente há anos e nunca quis ceder parte de seu território aos curdos.
Conseqüências do ativismo social irresponsável
Malaria is as old as mankind and still going strong, infecting hundreds of millions (and killing between one and three million) each year. A cure was known in 17th-century Europe. But because it was brought to the continent by Catholic missionaries (who actually learned of it from South American natives), many malaria sufferers, included Oliver Cromwell, thought the medicine was part of a “Popish plot” and refused to take it. Cromwell died of the disease in 1658. It took his death, and the subsequent curing of King Charles II, to shift public opinion in favor of “quinine,” as the anti-malaria agent is now called.A similar situation confronts us today. Mankind now has all the scientific and economic tools to virtually eradicate malaria. But some influential groups are refusing to sanction one of the most effective prevention measures. Here’s the twist: in 17th-century Europe, those who rejected quinine sacrificed their own lives. Today, those who block the proven anti-malaria insecticide DDT are mainly condemning poor children in Africa.
Leia tudo que é interessante. Esta do Cromwell eu não conhecia…
Conseqüências práticas do bolivarianismo
Muito além do discurso, o prof. Pastore explica um pouco sobre a crise mundial (crise?) e a responsabilidade de se adotar políticas fiscais não-bolivarianas ou, o que dá no mesmo, não-populistas. Atente para o final do texto, no qual há um alerta importante para os eternos otimistas.
Eu apenas acrescentaria uma informação: nossa política fiscal “responsável” tem duas caras. Uma, interessante, que é a de mostrar ao investidor estrangeiro um equilíbrio razoável nas contas. Outro, cruel no médio e no longo prazo, é o do microfundamento deste ajuste, baseado numa inacreditável política de aumento dos gastos públicos federais sustentado por aumentos na carga tributária. No longo prazo, claro, todos estaremos mortos…por conta do governo. Keynes tinha razão, mas pelos motivos errados.
Patrão é quem manda
Quem gosta de estatística de pobreza é intelectual
Para estes, um bom link.
Choque tecnológico
Desafio aos economistas austríacos
Dan Sutter tem um bom ponto. Eis o parágrafo inicial do artigo:
Austríacos precisam, realmente, responder este questionamento antes de reclamarem da vida. Bom artigo para se começar a pensar no tema…
p.s. eis aqui e aqui formas dos austríacos tentarem construir um diálogo sólido com os economistas não-austríacos.