Quantas vezes já ouvi dos amantes do totalitarismo tipo-S (socialistas) que eles eram absolutamente diferentes dos amantes do totalitarismo tipo-NF (nazi-fascista) porque os últimos se dedicaram a exterminar os judeus? Bem, um monte de vezes. E isto a despeito do livro de Alain Besançon, A Infelicidade do Século, no qual o autor faz a pergunta óbvia: por que os crimes dos tipo-S são menos condenados do que os do tipo-NF?
Pode ter a ver com a aliança de final de guerra entre os aliados e a ditadura marxista, a URSS, sem dúvida. Algo como: “quem brincou com Ribbentrop também pode brincar conosco”. Contudo, segundo Allen (2002), os nossos amigos nazistas, nos idos de 1937-8, isto é, antes da guerra, quando o negócio era exterminar a oposição, encheram os campos de concentração (você sabia que este tipo de campo é uma invenção soviética na qual Hitler se inspirou?) de não-judeus. Qual a diferença disto para o socialismo real da era soviética (e norte-coreana ou cubana atuais)? Nenhuma.
A não ser, claro, que você acredite que basta subir em uma motocicleta e sair por aí com uma arma nas cintura para legitimar um governo totalitário e não outro.
Ah sim, o livro é o The Business of Genocide – the SS, slave labor, and the concentration camps, de Michael T. Allen, Chapel Hill, 2002.
Desculpe, mas campos de concentração so sentido moderno do termo (e uso da palavra) foram uma invenção inglesa na Africa do Sul, durante a segunda guerra dos Boers…