Davi, em interessante análise sobre o governo, os impostos e a guimba.
Há os argumentos que ele, de maneira clara e simples, expôs. Não se sabe se houve algum esforço para se basear a medida em argumentos científicos. Aliás, a diferença entre os grupos de interesse norte-americanos e os nossos está fortemente fincada no que o Joseph Love dizia em um texto que escrevi aqui há um ou dois dias: falta, ao brasileiro metido a besta, o hábito de usar pesquisas científicas.
Por que um lobista resolve fazer um lobby de má qualidade (sem evidências científicas)? Bem, vou me arriscar: suponha um país no qual o governo seja dono de 40% da riqueza do país. Qual é o investimento menos custoso, no curto prazo: pagar um jantar para uns burocratas ou pagar um jantar para uns burocratas e mostrar algum estudo científico (parcial, ok, não me importo) defendendo seu ponto?
Sai mais barato pagar o jantar (ou a prostituta da vez) para o cara, não é?
A mentalidade ainda é aquela da era colonial: “números não dizem nada. Quem mexe com números é ‘nêgo’. O que importa são os “grandes sistemas”, “as grandes idéias”.
Podem criar quantas universidades públicas quiserem neste país. Se um sujeito se gaba de não produzir pesquisa nenhuma e acha que o negócio é vender ideologia para jovens adolescentes (boas vítimas, já que em fase de formação intelectual…até hoje estou nesta fase, diga-se!), também não adianta.
É, não é fácil não, cara. É difícil pacas. Você pode colaborar fazendo sua parte. Explicando para seu colega, seu pai ou seu avô que, sim, no tempo dele, com as dotações dele, no ambiente dele, ele fez o melhor possível. Mas hoje podemos fazer melhor. Não precisamos nos ater aos discursos vazios e grandiloqüentes. É na leitura do rodapé do capítulo 11 do livro que se formam os grandes caráteres. Não no chiqueiro da fazenda dos bichos orwelliana.
Claudio
p.s. caramba, falei bonito no final. Leitores mais novos podem não entender. Acho que não há mais professores pedindo a leitura de “A Revolução dos Bichos” de George Orwell nas escolas. A esquerda, outrora orgulhosa de nos apresentar este livro, hoje tem pelas conseqüências de uma atenta leitura do mesmo. É o chiqueiro, cara, é o chiqueiro…
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