Com efeito, são muitos os alunos (as) que escrevem relatando “atrocidades” cometidas por professores de escolas “alternativas”. É preciso fazer alguma coisa para socorrer essas vítimas inocentes da incapacidade do sistema universitário brasileiro de filtrar seus professores conforme critérios objetivos de qualidade.
O caso é tela, conforme o relato da vítima, consiste no seguinte: o(a) professor(a) (vamos deixar tão impessoal quanto possível a fim de evitar represálias, sempre violentas quando as identidades são reveladas) ensina a seus alunos que a hiperinflação brasileira “era apenas inercial”, e que nada tinha que ver com a crise nas finanças públicas, que até a falecida velhinha de Taubaté sabia existir. Em apoio a esta tese amalucada, raciocinando por absurdo, o(a) professor(a) formula a seguinte hipótese: se o combate ao déficit público fracassou, como demonstrado pelo “Pacote 51” (que é de 1997!) e que só as medidas ditas de “desindexação”, como a URV, efetivamente funcionaram, então, diz o(a) professor(a), o Plano Real não poderia ter dado certo, a menos que a hiperinflação fosse “puramente inercial”.
Esta pérola de charlatanismo econômico apenas exemplifica um fenômeno sobre o qual é preciso refletir, a saber, o fato da plana e rasa incompetência profissional ocultar-se sob um manto ideológico, querendo com isso ganhar a legitimidade que sempre deve (?) ser dada “à visão alternativa”. Isto até pode fazer sentido na imprensa, onde “ouvir o outro lado” é uma norma constitucional que garante a sobrevivência de várias espécies em extinção. Graças a esta abertura, muitos “acadêmicos” de reputação para lá de sofrível estão toda hora opinando sobre tudo o que se passa, por que sempre é necessário “ouvir o outro lado”. Existem muitos “profissionais” em ser “o outro lado”, o do contra, como existem “os suspeitos de sempre”.
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Claudio