Voltando no tempo…
Desenvolvimento econômico era interpretado, portanto, de maneira extremamente mecânica cujo desencadeamento exigia apenas a acumulação de capital físico convencional através da implantação de um setor industrial que permitisse a absorção produtiva de mão-de-obra ociosa.
A crença na existência deste excedente também deu suporte, durante muito tempo, à teoria de que a inflação seria benéfica ao crescimento econômico. Segundo ela, a expansão monetária permitiria o financiamento de investimentos que, por sua vez, facilitariam a transferência de mão-de-obra excedente para setores produtivos. O resultado final não seria inflação mas sim um aumento transitório de preços que seria absorvido tão logo os investimentos maturassem, resultando em acréscimos de produto real. [Carlos Geraldo Langoni, 1975, a A economia da transformação, p.17]
Compare-se com:
Definido em têrmos estritamente econômicos como elevação da produtividade do fator trabalho, ainda assim o desenvolvimento é um processo que apresenta muitas faces. Com efeito, o aumento da produtividade do trabalho pode ter três origens distintas: a) aumento da dotação de capital por trabalhador, b) modificação do processo produtivo, ou seja, elevação do nível tecnológico, e c) modificação na estrutura produtiva decorrente de alteração no perfil da demanda global. [Celso Furtado, Um Projeto para o Brasil, 1969, p.20]
Ou
A estabilidade é o objetivo fundamental, embora se deva subordinar a outro mais amplo, que é o desenvolvimento. Uma inflação de natureza estrutural como a brasileira, para ser eliminada, sem prejudicar o ritmo do desenvolvimento, requer cuidadosa programação desse último. [Furtado (1958), p.71 citado em: Bielschowsky, R. “Pensamento Econômico Brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo”, PNPE/IPEA, 1988].
Na minha opinião, Furtado ficou na interpretação mecanicista.
Claudio