Claudio
p.s. E tem mais!
Mês: setembro 2006
Em quem eu não vou votar
O cinismo, a desfaçatez, a trapaça política assumem dimensões inéditas. O Brasil já teve o “rouba, mas faz” — mas ainda não havia conjugado esses dois verbos na primeira pessoa: “Roubo, mas faço”. O Brasil já teve gente sem nenhuma vergonha no poder. Os sem-vergonhas, no entanto, tinham vergonha de não ter vergonha. Hoje, a sem-vergonhice se jacta de sua esperteza, é vista como ato de resistência. Antes, acuados por denúncias, muitos inocentes, talvez por isso mesmo, se deixavam intimidar. Hoje, os culpados, flagrados, saem acusando, com o dedo em riste. Olhem o caso da divulgação das fotos da dinheirama. Submetida a investigação ao descarado e confesso interesse eleitoral, o ministro Tarso Genro não se vexa de vir a público para denunciar uma conspiração dos adversários.
Meus amigos e parentes que me desculpem, mas não voto em golpista. E não adianta dizer que tem amigo que foi preso e torturado há 30 anos atrás. Se o cara preso e torturado, hoje, apóia uma prática contra a qual lutou (sanguessuga, dossiês, etc), na minha opinião, ele está mal na fita.
Vejo com simpatia gente como Gabeira que não teve problemas em reconhecer erros do passado. Não se gaba de seus erros (como o de não continuar os estudos, no caso de outros candidatos), mas sim os assume e corrige sua postura. Certo. É assim que funciona.
A eleição, para valer, tem três candidatos da franquia “PT”, um do PSDB. É só centro-esquerda e esquerda. Não há, como nunca houve, um candidato da direita, tal como todo mundo a entende (um sujeito que defende o liberalismo econômico). Não vi debates e propostas sobre um Estado menor, por um federalismo diferente, a favor do fim da convocação obrigatória de jovens para as Forças Armadas. Também não vi gente defendendo liberdades individuais ou discutindo seriamente o papel da responsabilidade individual (alguns me dizem que este é um tema “exótico”, coisa de americanos. Mas na hora de importar uma filosofia alemã do século XIX, o socialismo, eles dizem que o argumento não vale…).
Aliás, sabe o que é responsabilidade social no país? É não ter culpados (“a culpa é da sociedade ou da herança maldita, eu não sabia de nada”…). Se houvesse ênfase em responsabilidade individual, mais gente estaria na cadeia.
Assim, o voto é secreto e eu não vou declarar o meu. A cada dia que passa, acho que declarar voto na América Latina é pedir para ser perseguido. O que diz o Itamaraty ou o presidente sobre o que Chávez faz na Venezuela com a famosa lista de opositores que ele usa para perseguições? Nada. E quem anda esnobando a amizade com o caudilho não sou eu. É um dos candidatos a presidente. Entenderam? Ele é quem manda, não eu. Ele é quem manda na PF e na ABIN, não eu. Ele é quem tem ministros, não eu, que só pago impostos.
Mas eu creio que o menos pior que posso fazer, dentro deste cabresto eleitoral que é o voto obrigatório, é brigar por um segundo turno.
Claudio
Funciona?
Resumo: existe fraude nos DETRANs. Todo ano a gente ouve falar disto. Aí, em SP, os caras decidiram que a forma de resolver isto é colocar câmaras dentro dos carros.
Mas quem monitora é o Detran.
Em outras palavras: há uma forte possibilidade de que membros da máfia, na verdade, possam ameaçar subordinados infiéis ou mesmo monitorar o não-cumprimento dos contratos ilegais.
Palpites?
Claudio
Órgãos…
Mais uma notícia sobre a alocação de órgãos para transplantes, um dos meus antigos problemas favoritos.
Claudio
Eleições
Fonte: Mises.org
Citando a frase “corrupção é um efeito comum do intervencionismo”, de Ludwig von Mises, um dos representantes do Liberalismo, o editorial do WSJ pondera que “Lula pode bem ser inocente, como ele alega, de qualquer envolvimento nos escândalos gravitando em torno do seu partido. Mas também é verdade que, se a corrupção o pegou de surpresa, ele tem apenas a sua própria política para culpar”.
Leia tudo.
Claudio
Leis e leis
Quer matar sua mãe? Aproveite o período eleitoral. É só não ser pego em flagrante.
Alguém me explica a lógica desta lei?
Claudio
Viva!
Eleições 2006
Contraste com:
Quem pautou quem? Este portal Terra…
Claudio
Debates
Nobel
Tá chegando a hora. Tyler Cowen tem suas apostas.
Mudando de assunto, fui informado pela minha colega de trabalho, Sulamita, que o currículo Lattes só será atualizado online a partir de algum dia na primeira quinzena de outubro. Não me lembro exatamente a data, mas confere lá no site do CNPq, leitor(a).
Claudio
Pirataria
O papel do Estado
Como o Estado, num “outro mundo possível” resolve o problema da alocação de órgãos para transplantes.
Quanto mais governo, melhor? Nem sempre.
Claudio
André Carraro, lembra?
Fizemos uma entrevista com ele, aqui. Ou então eu o citei aqui, com sua tese sobre economia e corrupção.
Pois é. Agora a mulher dele espera um filho. Parabéns ao casal. E, claro, isto não quer dizer que o leitor de Gustibus tem maior propensão à paternidade. 🙂
Claudio
Momento Heterodoxo
Nenhum leitor pode dizer que não tenho um pé na heterodoxia, certo?
Agora, de volta à programação normal.
Claudio
Ops, tropecei…
A economia ficou mais teórica?
Não. Opa, eu errei? Não, não errei. O que seu colega anti-economista bradou aos sete ventos sobre a economia ser “muito teórica” é um erro?
Sinto muito. Depois deste estudo, não tem como reclamar.
Moral da história: estude estatística antes de repetir chavões publicados em colunecas de jornalecos ou em livretinhos de fanáticos.
Claudio
p.s. aí vai o abstract:
We compile the list of articles published in major refereed economics journals during the last 35 years that have received more than 500 citations. We document major shifts in the mode of contribution and in the importance of different sub-fields: Theory loses out to empirical work, and micro and macro give way to growth and development in the 1990s. While we do not witness any decline in the primacy of production in the United States over the period, the concentration of institutions within the U.S. hosting and training authors of the highly-cited articles has declined substantially.
Meu professor é um safado
Nem todo acadêmico é honesto, ok. Mas o grau da desonestidade, muitas vezes, espanta.
A notícia não esclarece muito, mas eu mesmo já vi um professor que se dizia doutor (inclusive em página oficial de uma grande universidade) e não era. Hoje em dia, sim, ele é. Mas faturou uma grana de maneira desonesta, para dizer o mínimo.
Claudio
O lado estranho da política antitruste
Sandubas estranhos estes que os advogados que estudam Law and Economics comem…
Claudio
Falando em aviões…
…como anda a burocracia que regula o mercado? Bem confusa.
Claudio
Nunca antes na história deste país…
O governo cubano não muda
NASCAR
A aula terminou mais cedo. Sobrou um aluno, destes que trabalha durante o dia e tem pouco tempo à noite. Acabou de verificar que sua base de dados não servia para sua pergunta.
Aí vimos que tínhamos meia hora. Google, né? Moral da história, achamos algo que lhe serve a contento.
Automobile Safety Regulation and the Incentive to Drive Recklessly: Evidence from NASCAR
Abstract: When safety regulation makes automobiles safer, drivers may drive more recklessly, creating partially or completely offsetting effects on the overall level of safety. Evidence of these offsetting effects has been hard to find, however, primarily because of the aggregate nature of accident data. In this paper we explore how changes in the safety of automobiles used in NASCAR has altered the incentive of drivers to drive recklessly. This unique data set allows more accurate and objective measurement of the necessary variables to test for these effects at a micro-level. Our results strongly support the presence of these offsetting behavioral effects.
Nada que a vontade de trabalho de dois não resolva, huh?
Claudio