O vice-ministro indicou que a reforma consistirá na abolição dos latifúndios atualmente permitidos nas leis nacionais, que possibilitaram a acumulação de terras em poucas mãos, principalmente nos departamentos do leste do país, como Santa Cruz, Pando e Beni. No planalto da região andina e nos vales centrais da Bolívia onde, ao contrário do leste, há uma divisão da propriedade, será promovida uma redistribuição de terras.
Desde 1996, o Instituto Nacional de Reforma Agrária regularizou os títulos de 17% das terras do país, e investiu cerca de US$ 80 milhões no processo.
Os analistas políticos reagiram com temor ao anúncio da reforma agrária. Eles advertiram que a medida pode desencadear uma onda de violência, como a que houve entre 2000 e 2005, período no qual pelo menos 100 camponeses sem terra morreram durante invasões a fazendas.
Nada contra a reforma agrária. Mas será que algum destes líderes (auto-denominados e festejados pelos frequentadores das edições do FSM como “socialistas”) serão capazes, algum dia, de promover reformas agrárias de maneira a minimizar o investimento dos envolvidos em violência? Tenho minhas dúvidas.
Claudio